A palavra Doula é de origem grega e retrata “aquela que serve”. Que fantástico! Imagine termos alguém próximo a nós que já tenha na sua conceituação a missão de servir. Existindo seus primeiros registros na história, mundo afora desde a década de 70, há 50 anos as Doulas vem prestando serviços a gestantes e suas famílias, contribuindo para as experiências positivas num dos momentos mais mágicos de nossa existência: o parto e o nascimento. A atuação da Doula consiste em prestar suporte informacional, físico e emocional, durante a gestação, durante o parto e pós-parto, auxiliando no contexto do puerpério – aquele período que ocorre após o parto, que, na maioria das vezes, se apresenta como o mais desafiador. Essa profissional, importante componente na equipe multidisciplinar, é a primeira a chegar e a última a sair desse cenário que se desenvolve. A sua chegada ocorre ainda no domicílio, muitas vezes, quando a mulher se encontra na fase inicial do trabalho de parto, a fase latente, onde as contrações já existem, têm frequência, mas, não estabeleceram um ritmo. O suporte pode começar a ser feito por telefone, onde já serão passadas orientações preciosas, permanecendo esse suporte valoroso até o momento do encontro presencial com a Doulanda (denominação da gestante assistida).
E, é no lar, ou local análogo onde a Doulanda se sinta segura e confortável, que a assistência começa com a preparação da ambiência, de forma a favorecer a conexão da gestante consigo, assim como acontece com os mamíferos na fauna, onde eles se recolhem para parirem seus filhotes.
Essas profissionais “servidoras”, as Doulas, ficam durante todo tempo a disposição da Doulanda, ofertando não somente conforto fisiológico, como, métodos não farmacológicos para alívio da dor, acomodação apropriada para a transferência a maternidade, elas auxiliam com suporte físico e sobremodo com o encorajamento durante o trabalho de parto na instituição de saúde, seguindo no parto e no pós-parto, bem como, orientando quanto a amamentação, no mágico instante em que mãe e bebê se unem a um só gesto de carinho e amor. A importância dessa profissional se destaca ainda em razão da assistência e orientações prestadas no que tange a dinâmica da família, a importância da rede de apoio, e, principalmente o bem maior de cada uma dessas Doulandas: o, ou, os, seus recém-nascidos, a quem popularmente intitulamos: bebês. As Doulas trazem tamanha contribuição para esse ecossistema, que a sua presença no âmbito da assistência diminui em até 50% as taxas de cesarianas, 25% a duração do trabalho de parto e 30% o uso de analgesia; podendo reduzir desta forma, até casos de violência e intervenções desnecessárias, aumentando a satisfação das Doulandas – a recentemente mamães, com a experiência do parto.
A maternidade, por ser provavelmente a missão Divina mais preciosa, deve ser olhada com carinho, afeto, respeito, compreensão e gentileza em níveis mais altos possíveis, desta forma, poder contar com profissionais que cerquem a mãe conquanto indivíduo único, cuidado e embalado nesse importante instante, seja ele breve ou não, é algo que deve ser ovacionado e percebido não só pelas políticas públicas, mas pela sociedade, pelas famílias por todos os atores que circundam esse universo da luz a vida: o nascimento!
Matéria escrita por Cinthia Souza para o Jornal Sergipe
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